sábado, 25 de dezembro de 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Sou genro do George Bush


Sou genro do George Bush
Meu nome é José Ribamar, sou casado com a filha
do Bush, há quatro anos, tenho 32 anos, e sou do signo
mais nobre do zodíaco: leão!
As pessoas para mim são como ratos de museus,
formiguinhas despreparadas, que precisam das
minhas ordens para sobreviver, é como se eu fosse o
dono do mundo, e elas como marionetes à minha
volta.
Apesar de ser genro do Bush, tenho amigos por
ele indesejados, como o Sadam Hussein, este mesmo
que foi encontrado no buraco, eu já sabia onde ele
estava escondido há muito tempo, mas como sou
amigo dos dois você sabe né? Não quis prejudicar nem
e nem outro, eles que se resolvam.
A cada dia que passa me sinto cada vez maior é
até um pouco injusto, tantas pessoas sem nada...
Aqui neste lugar eles insistem em me tratar como
um Zé Ninguém, estou deixando, um dia eles vão
perceber, a diferença entre eu e eles.
Pra falar a verdade, já traí minha mulher, a filha
do Bush, claro a Madonna me dando maior mole, ce
acha que eu não ia aceitar?
Ofereci a festa de aniversário do Julio Iglesias, no
meu transatlântico em consideração à família dele, que
é como se fosse a minha, maior respeito.
Minha história começou há trinta anos atrás,
quando Deus me avisou que eu iria nascer com a
missão de ajudar os necessitados, este país é muito
miserável, tive que blindar o meu carro importado, e
colocar cercas elétricas na minha mansão.
Em que país desigual vivemos! Eu com tanto e
outro sem absolutamente nada. Mas o que fazer? Faço
o que posso dou emprego para centenas de pessoas
35
na BMW, além do Barateiro e vários shoppings, não
tenho culpa de ser milionário.
De calça jeans, tênis roto e com um linguajar cada
vez mais desassociativo, ele caminhava como um lorde
inglês, procurando sempre causar boa impressão,
principalmente nas mulheres...
Saiu do nosso mundo, com idéias menos
grandiosas, mas sempre à espera do tal telefonema do
tal sogro, presidente dos EUA.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sarau Erótico!!!

YOPARÁ , tem o grande, mas grande prazer de apresentar:

O 2 SARAU ERÓTICO do ECLA.
Com presenças cativante de RAIZARTE( Pilar e Filhos), Banda Exú do Raul, Gabriel Pelegrini nos tambores, e Claudia CANTO

Dia 8 de outubro, lá pelas 22h e pouquinho..
Rua Abolição, 244 - Bela Vista

VEM, VEM, VEM CORRENDO!

sábado, 2 de outubro de 2010

Erotismo de bolso

Enfim Casados!

Depois de quase dez anos vivendo uma vida em comum decidiram casar-se.
Para isso reuniram as economias do PIS, venderam a bicicleta nova que haviam comprado em 10 prestações.
Contaram também com a ajuda da mãe dele, que patrocinou o dia da noiva.
A cabeleireira escolhida foi a amiga da família, sua especialidade: alisamento e bons conselhos.
Sabia de cor e salteado as receitas de um casamento feliz, devido às inúmeras estórias que ouvia todos os dias.
Na verdade aquele salão de cabeleireiro servia também como consultório terapêutico, era ali que as mulheres dividiam seus problemas e encontravam possíveis soluções.
Foi em conjunto que decidiram a nova cor do cabelo de Elvira: “vermelho intenso”.
No começo Elvira ficou um pouco temerosa, com receio que o novo visual não combinasse com o seu jeito de ser.
Extremamente religiosa e adepta do que achava que eram bons modos para uma mulher comprometida.
Foi criada sobre o olhar submisso da mãe e a austeridade do pai. Guardava um segredo, mas só quem conhecia era a boneca. O segredo era tão apimentado que quando lembrava ficava imediatamente ruborizada.
Nunca ligou muito para a aparência. A não ser quando conheceu Roberto, mas foi só até conquistá-lo.
Elvira saiu do salão satisfeita com o novo visual, parecia não se reconhecer quando olhou envergonhada no espelho.
Aquela nova aparência significava a exposição dos seus mais pecaminosos pensamentos.
Disfarçadamente colocou a mão na bolsa e apertou a boneca.
Quem a olhava com atenção, percebia que algo havia mudado na expressão dela. O olhar sério, agora dava espaço para um sorriso no canto dos lábios, deixando transparecer certa lascívia.
O casamento havia sido marcado para às 17h, mas foi só no último momento que lembrou que não havia comprado lingerie, as que tinha o marido já conhecia.
Quando pensou que enfim poderia chamá-lo de “meu marido”, sentiu-se mais completa e feliz.
Como se durante aquele tempo todo tivesse vivendo sobre a égide do pecado.
Correu para uma loja, comprou um soutien discreto, mas a calcinha resolveu aceitar a sugestão da vendedora, pegou uma vermelha tamanho pequeno.
Foi direto para casa segurando o embrulho desconfiada, trancou-se no quarto e experimentou as peças. Por um bom tempo ficou admirando-se no espelho.
Pensou que o marido talvez estranhasse seu comportamento, mas depois do casamento tudo seria diferente, poderia se entregar totalmente.
Seria enfim sua mulher!
Organizaram uma caravana para levá-la à igreja, a motorista seria a cabeleireira.
Foram em alta velocidade, cortando caminhos, chegaram esbaforidos...
A noiva emocionada entrou na igreja cantando um hino no tom mais alto que conseguiu.
Finda a cerimônia, o casal ficou surpreso quando a cabeleireira disse que daria como presente uma estádia num hotel.
E assim seguiram felizes como duas crianças serelepes. Quando Elvira entrou no quarto, ficou boquiaberta com a quantidade de espelhos, para eles aquilo era tudo novidade.
Roberto ligou a TV de plasma, sintonizou o futebol e se distraiu com o jogo do time preferido.
Elvira já estava acostumada com o jeito do marido, era fanático por futebol, quando o seu time jogava não enxergava ninguém na sua frente.
Disfarçadamente pegou a sua bolsa, e foi para o banheiro...
Olhou para porta entreaberta e viu que o marido ainda estava na mesma posição, não havia sequer tirado a gravata.
Calmamente pegou a boneca, olhou no espelho e ali mesmo diante da sua imagem refletida, começou acariciar a boneca, ao mesmo tempo em que mexia nos seios.
Aquele ato proibido, a deixava ainda mais excitada... Olhava para o espelho com um olhar perdido, como se estivesse em transe, fera no cio.
Passava a boneca no suor que escorria pelo seu corpo.
Frenética, num ritmo acelerado colocou a boneca entre as pernas. Num autoflagelo absoluto, alcançou sensações ainda mais intensas do que todas as outras vezes. Quando alcançou o momento supremo, deu um gemido de satisfação e gozo.
Mais uma vez olhou para o marido, que continuava imóvel. Sorrindo e muito calma, resolveu tomar um banho na banheira de hidromassagem.
Encheu completamente, colocou sais de banho e mergulhou.
Completamente relaxada, pensou: “Não preciso de mais de nada”...
Foi só quando viu a água totalmente vermelha, que se lembrou da tinta ainda recente no cabelo.
Mas aquilo não tinha a menor importância, o sonho de Elvira foi realizado.
“Agora era uma mulher casada”

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A queda da minha mãe !!

A queda da minha mãe !!

Me desculpe mas hoje vou usar o espaço para falar da minha mãe.
Já sabendo de antemão que quando ela souber irá me dará um puxão de orelhas. Porque para minha mãe falar a repeito da catedrática profissão da medicina, é uma total falta de respeito, é quase como puxar a batina de um padre.
Ela é daquelas pessoas que foram criadas, achando que os médicos em especial, são pessoas que estão acima do bem e do mal.
Mas vamos lá, não pretendo ser injusta, afinal de contas todas as profissões, temos os santos, os quases santos, os quase demonios e os ...
Foi assim que tudo aconteceu...
Próximo passo... Mas cadê a calçada? O passo alcançou o vazio então uma inevitável queda.. Contrangimento, vergonha, mamãe caida no chão na frente de um monte de gente, logo ela que sempre foi tão austera.
Aquilo era a pior coisa que poderia ter lhe acontecido nos últimos meses.
Chora muito, como se aquele tombo significasse a queda também do seu orgulho, um tapa na cara, uma traição da vida. Tento acalma-lá, coloco gelo, sangue vivo...
Momentos de agonia, seu choro a coloco no meu colo indefesa.
No começo não reclamava de dor, e sim da vergonha que passou naquele terminal de ônibus lotado.
Chegamos a conclusão que deveríamos leva-lá ao médico, temiamos uma fratura, e para ela com 72 anos de idade aquilo seria desastroso.
Precisavamos do parecer de um profissional, qualificado, "educado", estudado...
Posto de Saúde cheio: fila, espera, demora...
Eu com a minha mãe sentada naquele banco, me senti abandonada a própria sorte.
Mas quem sabe se tivessemos a sorte de encontrar um médico atencioso?!
Depois de algum tempo, uma voz nos chama no final do corredor, enfim havia chegado a nossa vez!!
- Boa Noite Dr, tudo bem?
A resposta não vem, como se aquele cumprimento fosse uma ofensa, nenhuma resposta sequer. Mas tudo bem, talvez estivesse cansado demais para me responder, o que na verdade me importava era que o problema fosse bem conduzido.
Derrepente sem nenhum cumprimento, sem pronunciar o seu nome, pergunta o que aconteceu. Como se mamãe fosse de uma casta inferior a sua e não merecesse ser chamada pelo nome.
Devido a sua dificuldade de audição, não o escuta, percebi que isto o deixou irritadiço.
Entrei na conversa imediatamente, com receio que a situação ficasse insustentável
E disse: ela caiu e estamos preocupadas com uma possível fratura.
Automaticamente olhou para a ferida exposta e disse em tom áspero:
-Faça um RX, depois voltem aqui!!
Minha vontade era não voltar mais, pegar minha mãe e ir embora, mas o medo de uma possível fratura me vez ir até o fim.
Naquele banco gelado, enquanto esperavámos o RX, olhava para minha mãe, e pensava: "Ela não merece ser tratada como um entulho, como se tivesse culpa da sua queda".
Na sala de RX, o funcionário com a mesma cara robusta a chama pelo nome.
Pensei: Será que o mal humor é algum tipo de virús ?!
Com o RX nas mãos, voltamos a sala do médico...
Sem dirigir o olhar disse: Não tem fratura, vá na sala do lado e faça um curativo!
Obedecemos a sua ordem, mas quando estava no meio do corredor resolvi voltar:
O chamei pelo nome, e disse calmamente olhando nos seus olhos:
-Muito obrigada pelo seu atendimento humanizado! Espero que nunca precise de um médico como você.
Por um momento me olhou nos olhos, não respondeu nada, virou as costas e saiu com um andar cambaleante, parecendo querer entender o significado das minhas palavras.
Por Claudia Canto

terça-feira, 7 de setembro de 2010

http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/galeria/Programa_479___Cláudia_Canto_29990/




Antônio Abujamra entrevista a escritora e jornalista Cláudia Canto

Veja a ousadia e a naturalidade de Claudia CANTO nesta entrevista e o momento em que deixa Antonio Abujamra corado.
Reprise dia 08 de setembro 1h30 da madruga

sábado, 4 de setembro de 2010

CLAUDIA CANTO- PROVOCA

http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/galeria/Programa_479___Cláudia_Canto_29990/

Claudia CANTO- PROVOCA

Eles são escritores. Não são os mais vendidos e nem os mais badalados pelas feiras de literatura de nossas melhores estâncias. São, sim, escritores da periferia das megalópoles. PClaudia Canto, no programa PROVOCAÇÕES
rovocações recebe Cláudia Canto e relembra as entrevistas de Sérgio Vaz, Sacolinha, Ferréz, Alessandro Buzo, Binho e Nilson Hernandes.

Antônio Abujamra entrevista a escritora e jornalista Cláudia Canto. Ela nasceu no extremo leste da cidade de São Paulo, no bairro Cidade Tiradentes, região que abriga cerca de 300 mil habitantes. Estudou jornalismo, mas não se contentou em ser mais uma na periferia. “Fui pra Portugal. Eu falei: chega dessa cultura mesquinha”.

Cláudia Canto conta que uma negra brasileira é muito assediada por estrangeiros e que recebeu convites para se prostituir, mas acabou como doméstica em um palácio. "Eu fiquei praticamente em cárcere privado em Portugal trabalhando como empregada doméstica já que eu não tinha opção (...) e foi aí que nasceu o meu primeiro livro".

De volta ao Brasil, lançou mais três livros, um deles é o “Bem-vindo ao mundo dos raros contos e crônicas de uma psiquiatria”. Quando questionada se o livro vendeu bem, ela respondeu: “Nada, mas esgotou. Porque eu fiz uma tiragem limitada”. Em seu último livro, intitulado “Cidade Tiradentes, de menina a mulher”, Cláudia busca abordar temas como drogas, gravidez precoce, ONGs, e não recorrer à visão antropológica e geográfica do bairro. "Pra mim, a Cidade Tiradentes é uma negra como eu".

Durante todo o programa, a entrevista de Cláudia Canto é complementada com trechos das entrevistas de outros escritores da periferia que foram exibidas durante esses 10 anos de Provocações. Eles são: Binho, Ferréz, Sérgio Vaz, Nilson Hernandes, Alexandre Buzo e Sacolinha.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Claudia no Provocações!

Pessoal!!
Dia 3 de setembro, estarei no PROVOCAÇÕES!!
22hs,
bj, e obrigada pelo apoio

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mediocridade


Mediocridade

Caminha louca procurando vítimas, milhares de seguidores.
Fanatismo,
Seitas,
Promiscuidade,
Droga,
Corroí todas as classes sociais,
Mal universal,
Efeito estufa,
Atormenta almas,
Vive de mentiras,
Alimenta egos,
Demônio de uma civilização,
Provoca o suicídio,
Enfatiza o consumismo,
Besta fera, deixa tudo como está!
Mata animais indefesos em nome da tradição
Produz serial Killers
Algoz da juventude,
Produz massa de irracionais,
Pensamentos iguais,
Robôs uniformizados,
Moda decrépita,
Alicia crianças,
Fomenta massas de desvalidos,
Aglutina mentes,
Traz para fora o egosimo,
Vive da inveja,
Produz miséria,
Isola os diferentes,
Impede pensamentos contrários,
Mata, rouba,
Produz psicopatas,
Caminha com ouro, mas descontentes,
Insatisfação,
Vazio,
Medo de perder a vez,
Sepulcro,
Genocídio,
Assassina as artes,
Riem um dos outros,
Das próprias misérias,
Apalude os corruptos,
Amam seus algozes,
Recusam idéias novas,
Preferem sempre as portas abertas,
Nunca abrem as fechadas,
Seguem sempre a multidão,
nunca vão pelas margens,
Sim, Sim, Não, Não
Esquecem Gadhi, Sócrates, Nietzsche, Mchado, Pessoa, Freud, Mielenhausen, Plínio Marcos, Lorca, Buda….
Lembram -se carros, ropuas, relógios, propriedades, superficialidade, jóias
Não, não mexam em nada!
Deixem tudo como está,
Para não perder o título de homem de bem.
Meu asco mais profundo a todos os medíocres

terça-feira, 13 de julho de 2010

CLAUDIA CANTO NO PROVOCAÇÕES

Próximas Gravações
Por Igor Pirola em 07 de Julho de 2010 às 15h09

Envie uma pergunta provocativa para nossos próximos convidados:

Renato Di Renzo
Dramaturgo e Coordenador do Projeto Tam Tam

Cláudia Canto
Jornalista e Escritora da periferia

Cacá Carvalho
Ator

Ruy Castro

Jornalista

Você pode enviar sua perguntar por e-mail, twitter, via site, gravar em vídeo ou áudio. Não perca essa chance!
http://www.tvcultura.com.br/provocacoes/notas#Próximas_Gravações_28183

segunda-feira, 12 de julho de 2010

sábado, 10 de julho de 2010

. Quem é Cláudia Canto?
É complicado falar de nós mesmos, acredito que sempre subtrairemos ou somaremos alguns aspectos. A única coisa que acredito, é que os conceitos de verdades que tenho hoje poderão cair por terra amanhã, não tenho problema algum em mudar minhas opiniões, rever meus conceitos...
Hoje a Cláudia é uma pessoa inquieta, tentando buscar sempre a maturidade, e aprendendo em todas as situações.
Quero e pretendo adquirir a cada dia mais maturidade e discernimento. Permanecer sempre humilde na minha caminhada, e estar sempre rodeada de amigos.

. Lançou um livro, intitulado CIDADE TIRADENTES: DE MENINA A MULHER. Poderia nos falar sobre essa obra? É um livro biográfico?
Cidade Tiradentes de Menina a Mulher, é um livro que tinha a idéia a escrever há muito tempo, mas não sabia qual seria meu foco narrativo, sabia que não queria fazer um estudo antropológico ou geográfico.
Foi ai que surgiu a idéia de contar a historia da Cidade Tiradentes, como se ela fosse uma mulher, abordando temas como drogas, gravidez precoce, ONGS, etc, em paralelo com a minha historia no bairro.
E para me ajudar ainda mais, descobri que o Instituto Polis de pesquisa e o Centro Cultural Espanhol, estavam procurando agentes culturais do bairro.
Realizamos o trabalho: eu, Daniel Hilário, Bob Jay, Tio Pac, onde buscamos encontrar a maior quantidade de artistas, para no final criarmos um site com os artistas da Cidade Tiradentes.


3. Fale-nos da efervescência cultural da Cidade Tiradentes.
O que posso dizer é que a Cidade Tiradentes tem muito a ser descoberto e bastante a contribuir com a cultura em todos os sentidos. E por falar nisso, o site esta aberto para os artistas que não foram mapeados ainda, basta enviar um email: cartovideo@gmail.com


4.Sua história de vida está entrelaçada com a Cidade Tiradentes? O que representa de fato a região em sua vida?
Sim, claro! A minha base, minha educação, adquiri na Cidade Tiradentes, freqüentei os bailinhos, meu primeiro namoradinho foi lá... Se me virei na Europa, foi por tudo que aprendi na Cidade Tiradentes. Posso estar em qualquer lugar do mundo, mas a minha essência manterei.
Pode parecer demagogia, mas quem me conhece sabe que isso tudo é verdade.
O que puder fazer para contribuir com a Cidade Tiradentes, com certeza o farei.

5. Conte-nos algo sobre o seu livro "Morte Às Vassouras". Qual a sua abordagem, a partir de que necessidade ele nasceu?
Eu, a Juliana Penha, jornalista da Revista Rap Brasil, decidimos em menos de uma semana, que faríamos uma viagem para Europa, em busca de novos horizontes, para isso economizamos nossos míseros recursos, mas no último momento infelizmente o pai dela morre, nosso grande incentivador. Depois de pensar muito ela decide não seguir em frente com os nossos planos, e eu como já tinha comprado minha passagem não tive como voltar atrás.
Sem conhecer nada nem ninguém cheguei a Lisboa. Dentre outras coisas, acabei me tornando empregada doméstica em um casarão, cuidando de dois anciãos, praticamente em semi cárcere.
Foi desta experiência lapidante que nasceu Morte ás Vassouras, um diário onde relato toda esta experiência. Mas o mais interessante e que depois de dois anos voltei para Portugal e lancei o livro por lá...

6. Já foi chamada e é considerada Cidadã Operária do Mundo. Como se sente diante de um título tão significativo?
Sou sim, operária das letras, uma formiguinha que pretende fazer sempre algo de bom, em qualquer lugar que esteja. Procuro dar sempre o meu melhor, mas juro que não sabia que carregava este título, mas fico bastante congratulada.


7. Tem lançado seus livros em locais como os CEUS, e as escolas da periferia de São Paulo. Como é esse contato, qual a receptividade do público?
Adoro, me sinto muito bem, desejo que meus livros atinjam todas as pessoas, todas as classes sociais, não quero barreiras para minhas letras.
É muito bom, acredito que com estas aproximações, talvez consiga modificar o paradigma de que o escritor está sempre longe, em algum lugar inatingível...
Digo sempre: cada um tem uma maneira de se expressar no mundo e o meu é este, mas isto não quer dizer que é melhor nem pior.


8. Quantos livros já lançou?
Tenho quatro livros lançados: Morte ás Vassouras, Bem Vindo ao Mundo dos Raros, contos e crônicas de uma psiquiatria, Mulher Moderna tem Cúmplice, e o mais recente , Cidade Tiradentes de Menina a Mulher.

9. No campo de leitura literária, qual o gênero que mais aprecia, e mais satisfação lhe traz? Poesia? Romance? Contos? Crônicas?
Gosto de ler tudo que possa de alguma forma complementar as lacunas do meu espírito, e que ao mesmo tempo me traga mais discernimento.
Mas para escrever tenho mais facilidade com os contos e as crônicas.


10. O que pensa de eventos gigantescos, como a Bienal do Livro? Eles contribuem realmente para a difusão do livro?
Mesmo sabendo que só os escritores mais renomados têm espaço na bienal, acredito que é válido. A energia do evento é maravilhosa, é uma maneira de chamar atenção para a literatura.


11.Além de escritora, é jornalista. Para muitos , são as duas melhores profissões do mundo. E para você?
Para mim foi a forma que encontrei para dar voz a minha alma inquieta, como um cabeleireiro usa a tesoura para fazer seus cortes.
Cada um tem seu papel no mundo, mas o mais importante e descobrirmos qual o nosso talento, no que somos melhores, e a partir disto correr atrás.


12. Diga algo ou algumas coisas que fazem com que sinta uma imensa tristeza,
Fico imensamente perturbada e triste, com as pessoas que não tem abrigo, que estão em situação de rua.
Para muitos isto é uma paisagem rotineira, não incomoda, mas eu fico muito mal...


13. Como vê a influência tecnológica no mundo, acredita que o futuro é sombrio? Até que ponto a tecnologia interfere nos costumes e na cultura dos povos?
As coisas acabam se interligando de alguma forma. Quando a televisão apareceu, muitos acreditaram na falência do rádio, mas com o tempo perceberam que as coisas vão tomando cada um o seu lugar, não enxergo um futuro sombrio por causa da tecnologia, mas sim no que diz respeito ao nosso planeta.
O planeta esta pedindo socorro, e ninguém esta tomando nenhuma atitude.


14. A Internet, inclusive, está mudando o conceito de autoria. Como vê essa questão para o artista, o escritor, enfim, para o autor?
Não tenho problemas com isso, pelo contrário, se alguém se prestar a fazer um tipo de coisa como esta, significa que o que escrevo agradou tanto a pessoa, que ela se prestou a correr este risco.
O peso na consciência tem que vir da própria pessoa.
Eu mesmo me inspirei muito em Hermam Hesse, para escrever! Somos os outros...
Tenho planos de colocar alguns dos meus livros na net, transforma-los em E.book.
O universo pede equilíbrio, nada é nosso de fato, tudo nos foi emprestado, devemos tentar sempre repartir.


15. Defina o que é para você a felicidade.
Depende, hoje a felicidade para mim é ter o meu trabalho reconhecido por um grande número de pessoas, mas amanhã pode ser outra coisa.
Felicidade depende de varias coisas, do momento que se vive, da idade, da maturidade etc


16. Quais os seus projetos como escritora?
Tenho planos de lançamento na Europa, vou levar a Cidade Tiradentes para todos os cantos, sem barreiras...

17. Diga um livro ou mais de um, que realmente influenciou a sua vida de alguma forma.
São muitos os livros, sou a soma de tudo que leio, desde Machado de Assis, Lima Barreto, Gabriel Garcia Márquez, Marcelo Rubens Paiva, Plínio Marcos, José de Alencar, Dostoieviesk, uma amiga que escrevia muito na Faculdade, frases de pára-choque, as poesias dos saraus, enfim, tudo que me tocar.

18. Já deve ter ouvido dizer que Poesia não vende. Para você, isso tem sentido ou é uma invenção editorial?
As pessoas que não conhecem poesia acham que e uma coisa maçante, por isto que muitas editoras não investem. Mas os inúmeros saraus que esta acontecendo por todos os lados, acredito que esteja servindo para quebrar certos conceitos.


19. A Poesia é necessária no mundo atual?
Sim, sem dúvidas!


20- Promove e participa de saraus com o público feminino. Como vê a participação da mulher atualmente na produção cultural?
A mulher está enfim, conquistando seu lugar de direito!! Isto em todos os setores, principalmente nas produções culturais.
Aqui ou ali, sempre tem a presença de alguma mulher...

21. Deixe a sua mensagem para PALAVRA FIANDEIRA.


Parabéns pela nobre iniciativa!
Continue assim... E no que eu puder colaborar, estou inteira à disposição.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Cinco vidas em uma só: experiências e desventuras de uma jornalista em livro

Cinco vidas em uma só: experiências e desventuras de uma jornalista em livro
Por Izabela Vasconcelos, de São Paulo

A vida reservou para ela momentos inéditos, um conjunto de situações que pouca gente viveu. De jornalista a imigrante ilegal na Europa e técnica de enfermagem em clínica psiquiatra no Brasil. É assim a vida nada comum de Cláudia Canto, que, de cada aventura e aprendizado, fez um livro.

Empregada doméstica, enfermeira, freelancer e escritora
Chegar à Europa com 500 euros do bolso, viver como imigrante ilegal, trabalhar como empregada doméstica em cárcere privado são algumas das lembranças que a jornalista tem para contar. “Cheguei a fazer frilas na Europa, escrever para jornais, e a vender anúncios também, mas não podia mostrar minha cara, porque eu estava como ilegal”, conta Claudia, que encontrou na função de empregada doméstica um caminho para o sustento.

De um ano que ficou na Europa, oito meses foram em cárcere privado em um Palácio em Lisboa, onde trabalhou cuidando da mansão. Entre as experiências vividas, essa foi a mais difícil. “Trabalhava e cuidava de dois idosos na casa, não tinha praticamente folga, nem podia sair pra nada, nem pra telefonar”. Não voltar de “mãos abanando” foi o que motivou Claudia a continuar na “prisão”.

A jornalista, que só tinha algumas horas para sair no domingo, recebeu propostas para se prostituir, conheceu algumas pessoas da noite, mas se negou a entrar nessa vida. “Tive sim a opção de ter me tornado uma prostituta, mas descobri que, para tal, o talento é primordial, e me falta este recurso, felizmente, ou infelizmente”, revela.

Foi dessa “aventura” que nasceu o “Morte às vassouras – Diário de uma jornalista que se tornou empregada doméstica em Portugal”, publicado em 2002 pela editora Edicon, que, de acordo com ela, “retrata a mediocridade humana”.

O livro foi lançado em Portugal e está sendo traduzido para o espanhol. Apesar dessas vitórias, Claudia critica a imprensa, por não dar espaço aos projetos alternativos. “Não saiu nada sobre o meu livro na grande imprensa européia. Houve uma certa censura. Foi publicado só nos jornais alternativos”, desabafa.

Transtornado e escritor: todo mundo tem um pouco
Depois dessa obra, Claudia mal imaginava que estava prestes a passar por outra experiência que lhe renderia mais um livro, a de técnica de enfermagem, uma de suas formações, em uma clínica psiquiatra. No primeiro dia em seu novo emprego, foi recepcionada por um homem que apresentava todos pelas suas respectivas doenças mentais.

“Agora você deve estar querendo saber o que eu tenho, né?! Eu sou o genro do George Bush e só não saí com a Madonna porque eu não quis”, apresentou-se o homem com transtorno bipolar. “Isso é para eu escrever de novo, pensei. Eu creio nas oportunidades. E esse foi até um livro didático, de acordo com os conhecimentos que tenho desses casos”, diz a jornalista, que publicou seu segundo livro, o “Bem-vindo ao mundo dos raros – Contos e crônicas de uma psiquiatra”. Depois da passagem pela clínica, Claudia também participou de palestras sobre o tema, onde, vestida como paciente, interpretava os casos que presenciou.

“Mulher Moderna Tem Cúmplice”, uma provocação aos machistas, é sua mais recente obra. No livro, a jornalista aborda o drama dos relacionamentos atuais e violência contra as mulheres.

A cidade dormitório virou mulher
Nascida e criada em Cidade Tiradentes, periferia da zona leste de São Paulo, a jornalista faz do bairro, conhecido como “cidade dormitório”, sua nova obra. “Cidade Tiradentes, de menina a mulher”, que deve ser lançado ainda neste mês, a região é tratada como uma personagem que cresce entre desafios e conquistas.

“Faz tempo que eu queria fazer um livro sobre o meu bairro. Fui então convidada pelo Instituto Polis para montar um site sobre Cidade Tiradentes e reunir material sobre o bairro para o site. Essa foi a oportunidade”, explica Cláudia, que sempre atuou e ainda trabalha em projetos e veículos alternativos, palestras, saraus, e com tudo isso, divide também espaço entre a enfermagem e o jornalismo, em veículos da zona leste da cidade.

Arrependimento por alguma das experiências? Nunca. “Não me arrependi com nada. Pelo contrário, estou caçando outros assuntos polêmicos. Essas experiências me trouxeram maturidade e humildade”, diz a jornalista, imigrante ilegal, empregada doméstica, enfermeira e escritora, com suas “cinco vidas”.

segunda-feira, 5 de julho de 2010



Tem algum negro na platéia?

Resolvi dar um pulinho em Paraty, mais especificamente região sul do Rio de Janeiro, na famosa feira internacional do livro.

Juntos estavam dois poetas: Pilar e Talapaxi, além de um intelectual alemão, que muitos acredito que já o conhecem como o inventor de um novo tipo de veículo modular (que pode ser transformado instantaneamente conforme a necessidade do usuário, mais ou menos como o brinquedo lego.)

Enquanto Pilar e Talapaxi, vendiam suas poesias a contra gosto dos organizadores, que proibiram todo tipo de comercialização nos arredores do evento, incluindo as poesias, como se poesia fosse algum tipo de droga.

Mas como estamos no Brasil, a vigilância foi afrouxando, afrouxando e depois liberou tudo.

Acho que a voz da sensatez chegou aos ouvidos dos organizadores.

E eu filmava tudo que de mais pitoresco achava no caminho. Acabei com isto descobrindo uma Paraty diferente da que vemos na grande mídia, um lado alternativo que gostei muito.

Fiquei bastante satisfeita com isto, pois pude notar uma quantidade razoável de negros, índios, caiçaras, poetas autônomos, artistas plásticos e outros tantos...

O ponto alto da festa se concentrou na praça principal, onde se via bonecos gigantes, correndo desesperados das crianças que tentavam a todo custo arrancar as máscaras dos coitados dos bonecos. No mesmo local foi instalado uma grande tenda, reservada para as crianças, ali acontecia o encontro dos autores infantis, e chamaram o lugar de Flipinha.

Logo ao lado, outra tenda com um telão que transmitia os debates que aconteciam ao vivo na tenda dos autores.

Foi ali no telão, que consegui ouvir o Chico Buarque, na verdade ouvia o ruído das suas palavras, devido à aglomeração, parecia que a Flip inteira se voltou para este momento. Chico leu alguns trechos do seu novo livro: “Leite derramado”, que me pareceu interessante.

Quanto a mim, logo cansei de tentar ouvi-lo, e resolvi dar umas voltas, foi então que encontrei os poetas maloqueiristas, também divulgando suas poesias.

Oh vida dura! A vida dos poetas... Depois dizem que poeta não gosta de trabalhar.

Ficamos hospedados em um camping, no meu caso foi à primeira vez, gostei muito... Quero repetir.

Conheci o pessoal da “OFF FLIP, na verdade uma flip underground, e olha que não fica a perder em nada para FLIP tradicional..

A OFF FLIP desenvolve várias atividades, dentre os quais: saraus, palestras, lançamentos de livros de escritores anônimos, e com isto aumentam as oportunidades para os artistas divulgarem os seus trabalhos.

Tive muita sorte, porque pude assistir a muitas palestras de alguns formadores de opinião: jornalistas franceses, americanos e outros, puderam desta forma conferir as vertentes do novo jornalismo.

Mas o grande momento da Flip, pelo menos para mim, foi na palestra do jornalista Simon Schama, quando uma pessoa da platéia, perguntou: O que o senhor acha da ausência de negros na platéia?

Ele em tom de brincadeira colocou os óculos, procurou calmamente e depois de constatar, disse: é verdade não tem mesmo, acho que isto foi um erro da FLIP!

Enquanto do lado de fora eu gritava ingenuamente, sem poder ser ouvida:

Como não, olha eu aqui, ei, ei, ei...

Mal sabia o tal experiente jornalista, que o "buraco" da FLIP, está em todos os segmentos da sociedade

quinta-feira, 1 de julho de 2010



O Menino Magricela e o Menino de Mãos Dadas


Era uma vez um Menino Magricela, quem não morava no castelo como a Cinderela e não era branquinho como a Branca de Neve, mas era muito, muito feliz, como só as crianças são capazes de ser!

Como todos os dias, ele levantou do papelão onde dormia, pegou sua capa de Super Menino de Rua, não escovou os dentes, não tomou café, não recebeu o bom dia da mãe, e não foi à escola.

Saiu diretamente para brincar no seu quintal, o centro de SP.

Centenas de pessoas passavam por ele e nem por um momento enxergavam uma criança, apesar de ter cara de criança.

Naquele dia ele saiu esbaforido pelas ruas, querendo brincar e rir de tudo e de todos.

Sua primeira vitima foi o tiozinho que dormia na caixa de papelão na esquina da R. 24 de Maio, com a Av. Ipiranga, em frente à calçada de um banco.

Aproximou-se lentamente da caixa do tiozinho, estufou os pulmões e deu o grito mais alto que conseguiu. O tiozinho levou um susto tão grande, que a sua casa improvisada desmoronou em segundos.Extremamente irritado, saiu correndo atrás do Menino, disposto a lhe dar umas palmadas.

Mas como o tiozinho estava bêbado, logo caiu tropeçando nas próprias pernas.

O Menino não pensou duas vezes, voltou ajudou o tiozinho levantar e o levou de volta para a sua casa de papelão.

Depois pegou um barbante amarrou no seu carrinho de plástico, e saiu puxando pelas ruas do centro.

Puxava o carrinho com tanta emoção, que não viu na sua frente, o Menino de Mãos Dadas. Daí para tropeçar em cima dele, foi apenas mais um passo.

A mãe assustada puxou o Menino de Mãos Dadas para junto do seu corpo, e xingou muito o Menino Magricela,ameaçando chamar a polícia.

A mãe em nenhum momento percebeu que o Menino Magricela, era também uma criança.

Acalentou o seu filho e indignada empurrou o Menino.

Então o Menino Magricela, pegou a sua capa de Super Menino de Rua, e se defendeu da forma que mais conhecia: CORRENDO.

E de longe gritava: bunda mole, bunda mole, mole, mole…

O Menino de Mãos Dadas, sem entender o significado daquelas palavras perguntou: mãe a minha bunda é mole?

E a mãe respondeu: não liga para ele, é ladrão, moleque de rua, drogado.

Depois o puxou pelas mãos, e entraram no MC Donalds, pediu dois Mcs lanches felizes. Saciados esqueceram o assunto!

Enquanto isto o Menino Magricela, continuava correndo, aprontando e rindo de tudo e de nada.

De repente parou, olhou para os lados, tirou a sua capa de Super Menino de Rua, pegou do esconderijo sua lata de cola, saciou a fome… Depois continuou correndo puxando o seu carrinho de plástico amarrado no barbante.

segunda-feira, 28 de junho de 2010


POR EDGAR SANTOS


CLAUDIA CANTO, A JORNALISTA QUE FOI EMPREGADA DOMÉSTICA EM PORTUGAL

A jornalista e escritora Claudia Canto, mulher distinta, correta, inteligente e agradável, com seu carisma e sorriso maroto,

Suas bases cultuais nos cambaleantes e arcaicos colégios da periferia de SÀO PAULO.

Como paradoxo, a sua estrutura intelectual, se formou através dos seus mais de 200 títulos de livros, angariados com suor de 2 salários minimos, que sempre foram sempre o seu patamar financeiro.

Seu livro "MORTE ÁS VASSOURAS", pela Editora Edicon, debate as injustiças sociais.

Li e gostei e quero indicar para aqueles que são adeptos de uma boa leitura e contra a hipocrisia da elite.

A autora, escreve sua autobiografia e narra de uma forma direta.

Ou somos hipócritas ou todos egoístas, vale a pena conferir.


Diário de uma Jornalista, que se tornou Empregada Doméstica em Portugal

Quando decidiu ir a fundo com esta experiência, muitos cacos já haviam rolado...Pão, café e um pouquinho de cultura, era o seu cardápio diário no Brasil.

Ou ficava na janela, assistindo o espetáculo do real... ou ia para a Europa ganhar milhões de Euros e cultura! Optou pelo segundo naufrágio e, para seu conhecimento tardio, outros milhares de brasileiros e africanos também tiveram a mesma idéia.

Naufragando como empregada doméstica, esta jornalista trouxe na bagagem uma raridade: um diário, contendo a análise crítica de uma realidade vivida por muitos emigrantes, mas registrada por poucos.


É uma narrativa emocionante, que envolve até o mais frio leitor.

Um relato histórico e polêmico como nenhum outro...

"Morte às Vassouras"Diário de uma jornalista, que se tornou empregada doméstica em Portugal de Cláudia Canto

Prefácio: Ferréz, autor de "Capão Pecado" e "Manual Prático do Ódio"Apresentação: João Barcellos " escritor e consultor cultural, português Editora: Edicon, São Paulo,

terça-feira, 15 de junho de 2010

Tem algum negro na platéia?

Tem algum negro na platéia?

Resolvi dar um pulinho em Paraty, mais especificamente região sul do Rio de Janeiro, na famosa feira internacional do livro.Juntos estavam dois poetas: Pilar e Talapaxi, além de um intelectual alemão, que muitos acredito que já o conhecem como o inventor de um novo tipo de veículo modular (que pode ser transformado instantaneamente conforme a necessidade do usuário, mais ou menos como o brinquedo lego.)Enquanto Pilar e Talapaxi, vendiam suas poesias a contra gosto dos organizadores, que proibiram todo tipo de comercialização nos arredores do evento, incluindo as poesias, como se poesia fosse algum tipo de droga.Mas como estamos no Brasil, a vigilância foi afrouxando, afrouxando e depois liberou tudo.Acho que a voz da sensatez chegou aos ouvidos dos organizadores.E eu filmava tudo que de mais pitoresco achava no caminho. Acabei com isto descobrindo uma Paraty diferente da que vemos na grande mídia, um lado alternativo que gostei muito.Fiquei bastante satisfeita com isto, pois pude notar uma quantidade razoável de negros, índios, caiçaras, poetas autônomos, artistas plásticos e outros tantos...O ponto alto da festa se concentrou na praça principal, onde se via bonecos gigantes, correndo desesperados das crianças que tentavam a todo custo arrancar as máscaras dos coitados dos bonecos. No mesmo local foi instalado uma grande tenda, reservada para as crianças, ali acontecia o encontro dos autores infantis, e chamaram o lugar de Flipinha.Logo ao lado, outra tenda com um telão que transmitia os debates que aconteciam ao vivo na tenda dos autores.Foi ali no telão, que consegui ouvir o Chico Buarque, na verdade ouvia o ruído das suas palavras, devido à aglomeração, parecia que a Flip inteira se voltou para este momento. Chico leu alguns trechos do seu novo livro: “Leite derramado”, que me pareceu interessante.Quanto a mim, logo cansei de tentar ouvi-lo, e resolvi dar umas voltas, foi então que encontrei os poetas maloqueiristas, também divulgando suas poesias.Oh vida dura! A vida dos poetas... Depois dizem que poeta não gosta de trabalhar.Ficamos hospedados em um camping, no meu caso foi à primeira vez, gostei muito... Quero repetir.Conheci o pessoal da “OFF FLIP, na verdade uma flip underground, e olha que não fica a perder em nada para FLIP tradicional..A OFF FLIP desenvolve várias atividades, dentre os quais: saraus, palestras, lançamentos de livros de escritores anônimos, e com isto aumentam as oportunidades para os artistas divulgarem os seus trabalhos.Tive muita sorte, porque pude assistir a muitas palestras de alguns formadores de opinião: jornalistas franceses, americanos e outros, puderam desta forma conferir as vertentes do novo jornalismo.Mas o grande momento da Flip, pelo menos para mim, foi na palestra do jornalista Simon Schama, quando uma pessoa da platéia, perguntou: O que o senhor acha da ausência de negros na platéia?Ele em tom de brincadeira colocou os óculos, procurou calmamente e depois de constatar, disse: é verdade não tem mesmo, acho que isto foi um erro da FLIP!Enquanto do lado de fora eu gritava ingenuamente, sem poder ser ouvida:Como não, olha eu aqui, ei, ei, ei...Mal sabia o tal experiente jornalista, que o "buraco" da FLIP, está em todos os segmentos da sociedade

sexta-feira, 11 de junho de 2010

MULHER MORDENA TEM CÚMPLICE

Quem não dá assistência, abre concorrência


Você homem da atualidade, vem se surpreendendo diuturnamente com o "nível" intelectual, cultural e, principalmente, "liberal" de sua mulher, namorada e etc. Às vezes sequer sabe como agir, e lá no fundinho tem aquele medo de ser traído - ou nos termos usuais: "corneado". Saiba de uma coisa... esse risco é iminente, a probabilidade disso acontecer é muito grande, e só cabe a você, e a ninguém mais evitar que isso aconteça ou, então, assumir seu "chifre" em alto e bom som. Você deve estar perguntando porque eu gastaria meu precioso tempo falando sobre isso. Entretanto, a aflição masculina diante da traição vem me chamando a atenção já há tempos. Mas o que seria uma "mulher moderna"? A princípio seria aquela que se ama acima de tudo, que não perde (e nem tem) tempo com/para futilidades, é aquela que trabalha porque acha que o trabalho engrandece, que é independente sentimentalmente dos outros, que é corajosa, companheira, confidente, amante... É aquela que às vezes tem uma crise súbita de ciúmes mas que não tem vergonha nenhuma em admitir que está errada e correr pros seus braços... É aquela que consegue ao mesmo tempo ser forte e meiga, desarrumada e linda... Enfim, a mulher moderna é aquela que não tem medo de nada nem de ninguém, olha a vida de frente, fala o que pensa e o que sente, doa a quem doer... Assim, após um processo "investigatório" junto a essas "mulheres modernas" pude constatar o pior: VOCÊ SERÁ (OU É???) "corno", a menos que: - Nunca deixe uma "mulher moderna" insegura. Antigamente elas choravam. Hoje, elas simplesmente traem, sem dó nem piedade. - Não ache que ela tem poderes "adivinhatórios". Ela tem de saber - da sua boca - o quanto você gosta dela. Qualquer dúvida neste sentido poderá levar às conseqüências expostas acima. - Não ache que é normal sair com os amigos (seja pra beber, pra jogar futebol...) mais do que duas vezes por semana, três vezes então é assinar atestado de "chifrudo". As "mulheres modernas" dificilmente andam implicando com isso, entretanto elas são categoricamente "cheias de amor pra dar" e precisam da "presença masculina". Se não for a sua meu amigo... bem... - Quando disser que vai ligar, ligue, senão o risco dela ligar pra aquele ex bom de cama é grandessíssimo. - Satisfaça-a sexualmente. Mas não finja satisfazê-la. As "mulheres modernas" têm um pique absurdo com relação ao sexo e, principalmente dos 20 aos 38 anos, elas pensam em - e querem - fazer sexo todos os dias (pasmem, mas é a pura verdade)...bom, nem precisa dizer que se não for com você... - Lhe dê atenção. Mas principalmente faça com que ela perceba isso. Garanhões mau (ou bem) intencionados sempre existem, e estes quando querem são peritos em levar uma mulher às nuvens. Então, leve-a você, afinal, ela é sua ou não é???? Nem pense em provocar "ciuminhos" vãos. Como pude constatar, mulher insegura é uma máquina colocadora de chifres. - Em hipótese alguma deixe-a desconfiar do fato de você estar saindo com outra. Essa mera suposição da parte delas dá ensejo ao um "chifre" tão estrondoso que quando você acordar, meu amigo, já existirá alguém MUITO MAIS "comedor" do que você...só que o prato principal, bem...dessa vez é a SUA mulher. Sabe aquele bonitão que, você sabe, sairia com a sua mulher a qualquer hora. Bem... de repente a recíproca também pode ser verdadeira. Basta ela, só por um segundo, achar que você merece...Quando você reparar... já foi. - Tente estar menos "cansado". A "mulher moderna" também trabalhou o dia inteiro e, provavelmente, ainda tem fôlego para - como diziam os homens de antigamente - "dar uma", para depois, virar pro lado e simplesmente dormir. - Volte a fazer coisas do começo da relação. Se quando começaram a sair viviam se cruzando em "baladas", "se pegando" em lugares inusitados, trocavam e-mails ou telefonemas picantes, a chance dela gostar disso é muito grande, e a de sentir falta disso então é imensa. A "mulher moderna" não pode sentir falta dessas coisas...senão... Bem amigos, aplica-se, finalmente, o tão famoso jargão "quem não dá assistência, abre concorrência". Deste modo, se você está ao lado de uma mulher de quem realmente gosta e tem plena consciência de que, atualmente o mercado não está pra peixe (falemos de qualidade), pense bem antes de dar alguma dessas "mancadas"... proteja-a, ame-a, e, principalmente, faça-a saber disso. Ela vai pensar milhões de vezes antes de dar bola pra aquele "bonitão" que vive enchendo-a de olhares... e vai continuar, sem dúvidas, olhando só pra você!Arnaldo Jabor

FOTOS CLAUDIA CANTO

Bendito Seja os Fantasminhas que me ajudam!!
AS BOAS SÓ VÃO P O CÉU!!!

Grande e maravilhosa Figura!!!
THOMAS MIELENHAUSEN


quarta-feira, 9 de junho de 2010


Cidade Tiradentes De Menina a Mulher

Um dos grandes bolsões de São Paulo, onde cerca de 60% da população é de origem negra. O maior complexo habitacional da América Latina, com cerca de 40 mil unidades habitacionais.
Paro por aqui!
Não quero começar assim como um relato geográfico de uma estatística fria, como se fosse apenas números, como se não tivéssemos vida, dor amor saúde e flagelos.
E o que de concreto isso significa?
Significa essencialmente, que antes da Cidade Tiradentes surgir na ninha vida, o cenário era sombrio.
Ela nos tirou de um recôndito de tristeza e desatino.
Meu antigo lar eram apenas dois compartimentos pequenos e mal iluminados, e com isto a cor predominante era a penumbra. Era ali naquele ambiente que cohabitarmos com ratos e baratas, que se escondiam nos buracos do assoalho de madeira, que tentávamos fechar com jornais velhos, mas nossas artimanhas não adiantavam, porque a noite bem de noitinha, eles saiam sempre para nos visitar.

terça-feira, 1 de junho de 2010

CLAUDIA CANTO NOS CANTOS DO MUNDO



Cláudia Canto, em um gole!
Nasci na periferia de SP. Mérito ou Demérito?
Que tirem vocês suas próprias conclusões. Quanto a mim, nada deixei de conseguir, nem tampouco perdi.
A periferia me deu sustentáculo para driblar grandes problemas, achc que criei mais resistência, fiquei mais “malandra” sei lá! Em momentos de perigo, nas ruas de Sampa, algumas amigas do “lado de lá” me diziam:-Aí, Clau, ainda bem, que você sabe se sair, nestas situações.
O que significava dizer: ainda bem que você conhece a gíria deles.
 A base que a periferia me deu, escola alguma me dará. Clichê? Pode até ser, mas a verdade é esta. Só sendo muito malandra, para viajar [pela] Europa com 500 euros no bolso, sem rumo, conseguir me virar, e ainda voltar com o sonho realizado, ou seja, tornar-me uma escritora. Com o tempo, a periferia deixou de ser minha rota diária, mas a minha essência, mantive, mantenho...
Conheci alguns países e desta forma pude comparar melhor as coisas boas, e ruins. O que antes me incomodava, passou a ser fator comum, e o que me agradava passou a ser secundário... Era o tal amadurecimento, que só as viagens, os livros e as pessoas interessantes são capazes de proporcionar...
 Na minha primeira viagem para a Europa, fiquei praticamente em cárcere privado, trabalhando em uma mansão em Lisboa, como empregada doméstica.Foram os momentos mais tortuosos da minha vida; privação da liberdade, é uma das coisas mais ruins que pode acontecer ao ser humano. Fiquei em cárcere, por quase um ano!
Tive sim, a opção de ter me tornado uma Prostituta, mas descobri que para tal, o talento é primordial, e me falta este recurso, felizmente, ou infelizmente. Há de se verificar!
Não me tornei uma prostituta, mas sim escritora, e foi nesta ocasião que nasceu meu primeiro filho/livro:MORTE ÀS VASSOURAS - DIÁRIO DE UMA JORNALISTA Q SE TORNOU EMPREGADA DOMÉSTICA EM PORTUGAL.
 Um livro polêmico, que me trouxe novas diretrizes e um novo caminho a seguir...
Daí para o segundo não foi difícil, já que respirava literatura, e passei [a] acreditar que tudo podia, desde que acreditasse e buscasse incansavelmente.Mas este incansavelmente, às vezes cansa, e só tendo ao lado pessoas que [acreditam] em você, que é possível reunir forças para continuar a cada atropelo.Meu segundo filho/livro, chama-se BEM VINDO AO MUNDO DOS RAROS [-] CONTOS E CRÔNICAS DE UMA PSIQUIATRIA.
Experiência vivida dentro de uma psiquiatria, onde trabalhei por 2 anos, e de lá saí muito mais humana, e por incrível que pareça menos insana, pois pude ver o que é a verdadeira loucura.Uma patologia rodeada de preconceitos e muito, mas muito cruel. Os pacientes na maioria tornaram-se meus amigos, e achei que deveria fazer algo.Hoje ministro palestras sobre o tema gratuitamente. A cada nova pessoa, um novo testemunho, a cada novo país visitado, novas culturas absorvidas. Sou de fato, uma mulher privilegiada, mas muitas vezes confesso que não dou muita sorte, principalmente com os homens machistas, e foi pensando neles, que escrevi:Mulher Moderna Tem Cúmplice, onde abordo outro tema polêmico: violência contra as mulheres.

E agora Cidade Tiradentes de Menina a Mulher, uma abordagem liríca do maior complexo habitacional da américa latina
Acho que com estes “goles”, poderão conhecer um pouco mais a minha literatura.

Pelo menos a intenção é esta
 CLAUDIA CANTO

Bem Vindo ao Mundo dos Raros- Contos e Crônicas de uma psiquiatria


OLHO AQUI, EU QUERO RESPEITO! Em nome deles, das milhares de pessoas comproblemas mentais NÃO ESTOU PEDINDO, ESTOU EXIGINDO !
Não teve jeito, maisuma vez a vida me direcionaria a caminho do obscuro, daquilo que muitospreferem esconder, trancar no submundo, ou por outro lado, tratar osenvolvidos como palhaços, no pior sentido da palavra.Depois da minhaúltima experiência, o que viria ?Tinha certeza que não seria algo mais oumenos, seria sim, algo AVASSALADOR.Como a maioria dos grandesacontecimentos da minha vida, algo de profundo impacto.O que viesse,porém, não seria uma experiência solitária, não gosto de ideaissolitários.No fundo sabia, que acalentaria novas vidas, novosinfortúnios!E não foi para menos, o assunto que vem à tona neste livro, éuma ferida exposta, uma chaga para muitos desconhecida..."Bem-vindo aomundo dos Raros"É uma coletânea de contos e crônicas de uma psiquiatria,onde trabalhei por um ano.Fragmentos de uma realidade descrita semodeios, sem máscaras.Loucura, que muitas vezes está ao nosso lado, semque consigamos enxergá-la, um mundo vivido dentro de nós mesmos, emdiferentes proporções.Com eles, consegui chegar, sem alucinógenos, nasmais profundas abstrações da nossa mente." Bem-vindo ao mundo dos Raros"Umroteiro, às vezes dramático, outras bem humorado, aos abismos do cérebro humano

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Lançamento no Parlapa, e sarau!!

Salve, nação!
Domingo agora mais um rito de passagem, com Récita Maloqueirista, na residência Parlapatesca Rooseveltiana.
Abrindo os trabalhos, o Mameluco AfroBrasileiro Wesley Nóog, com suas composições autorais representando o legítimo SambaSoul Brasuca, e lançando o livro "Cidade Tiradentes, de menina a mulher", a guerreira Cláudia Canto.Daquele jeito: entrada Franca, no palco aberto, feira, trânsito e frequências.Chegue junto, as 17h, até umas 19h30 rola, firmês?Abços e até lá!

Lançamento no Bixiga, e sarau!!

ECLA - ESPAÇO CULTURAL LATINO AMERICANORua Abolição, 244 -Bela Vista - São Paulo – SPDia 28 de Maio, a partir das 20h.Lançamento dos livros:Cidade Tiradentes de Menina a Mulher, de Claudia CantoE Histórias das obras poéticas de um compositor, de Geraldo da ArteTudo isto banhado a poesia, junto com o lançamento haverá um sarau aberto aos poetas e quase poetas de plantão.Apresentação André Luis PatricioE quem quiser trazer um pacotinho de milho de pipoca para as crianças do cine clube, fiquem a vontade!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Morte às Vassouras vira peça de teatro na Fundação Casa


As meninas das unidades da Fundação CASA de Cerqueira César I e II estão desenvolvendo desde o início do mês um projeto para adaptar ao teatro o livro “Morte às vassouras: a jornalista que foi empregada doméstica em Portugal”, da poetisa, escritora e jornalista Claudia Canto. A coordenadora da unidade Cerqueira César, Janaína Cardoso, explicou que essa atividade favorece o amadurecimento das jovens. “A integração, a dinâmica entre as internas e a Claudia é perfeita. É uma parceria que vamos, sem dúvida, levar a diante”, explicou Janaína. Claudia já esteve nas Unidades Cerqueira César I e II no dia 30 de abril, quando realizou um bate-papo com as adolescentes. Elas ouviram uma palestra realizada por Claudia, que também tem uma história parecida. “O fato de eu já ter ficado em cárcere privado me aproximou das jovens, elas se identificaram com a minha experiência e sentiram que não são sozinhas no mundo”, disse Claudia. A jornalista diz que acompanha e orienta o projeto de teatro desde o inicio e garante que o trabalho em equipe vai continuar. “Me envolvi de verdade no projeto. Quero acompanhá-las passo a passo e tenho certeza que nosso trabalho vai ser, além de sucesso garantido, uma ótima maneira de integrá-las na sociedade”, comentou Claudia.
DA ASSESSORIA DE IMPRENSA DA FUNDAÇÃO CASA