quinta-feira, 1 de julho de 2010



O Menino Magricela e o Menino de Mãos Dadas


Era uma vez um Menino Magricela, quem não morava no castelo como a Cinderela e não era branquinho como a Branca de Neve, mas era muito, muito feliz, como só as crianças são capazes de ser!

Como todos os dias, ele levantou do papelão onde dormia, pegou sua capa de Super Menino de Rua, não escovou os dentes, não tomou café, não recebeu o bom dia da mãe, e não foi à escola.

Saiu diretamente para brincar no seu quintal, o centro de SP.

Centenas de pessoas passavam por ele e nem por um momento enxergavam uma criança, apesar de ter cara de criança.

Naquele dia ele saiu esbaforido pelas ruas, querendo brincar e rir de tudo e de todos.

Sua primeira vitima foi o tiozinho que dormia na caixa de papelão na esquina da R. 24 de Maio, com a Av. Ipiranga, em frente à calçada de um banco.

Aproximou-se lentamente da caixa do tiozinho, estufou os pulmões e deu o grito mais alto que conseguiu. O tiozinho levou um susto tão grande, que a sua casa improvisada desmoronou em segundos.Extremamente irritado, saiu correndo atrás do Menino, disposto a lhe dar umas palmadas.

Mas como o tiozinho estava bêbado, logo caiu tropeçando nas próprias pernas.

O Menino não pensou duas vezes, voltou ajudou o tiozinho levantar e o levou de volta para a sua casa de papelão.

Depois pegou um barbante amarrou no seu carrinho de plástico, e saiu puxando pelas ruas do centro.

Puxava o carrinho com tanta emoção, que não viu na sua frente, o Menino de Mãos Dadas. Daí para tropeçar em cima dele, foi apenas mais um passo.

A mãe assustada puxou o Menino de Mãos Dadas para junto do seu corpo, e xingou muito o Menino Magricela,ameaçando chamar a polícia.

A mãe em nenhum momento percebeu que o Menino Magricela, era também uma criança.

Acalentou o seu filho e indignada empurrou o Menino.

Então o Menino Magricela, pegou a sua capa de Super Menino de Rua, e se defendeu da forma que mais conhecia: CORRENDO.

E de longe gritava: bunda mole, bunda mole, mole, mole…

O Menino de Mãos Dadas, sem entender o significado daquelas palavras perguntou: mãe a minha bunda é mole?

E a mãe respondeu: não liga para ele, é ladrão, moleque de rua, drogado.

Depois o puxou pelas mãos, e entraram no MC Donalds, pediu dois Mcs lanches felizes. Saciados esqueceram o assunto!

Enquanto isto o Menino Magricela, continuava correndo, aprontando e rindo de tudo e de nada.

De repente parou, olhou para os lados, tirou a sua capa de Super Menino de Rua, pegou do esconderijo sua lata de cola, saciou a fome… Depois continuou correndo puxando o seu carrinho de plástico amarrado no barbante.

segunda-feira, 28 de junho de 2010


POR EDGAR SANTOS


CLAUDIA CANTO, A JORNALISTA QUE FOI EMPREGADA DOMÉSTICA EM PORTUGAL

A jornalista e escritora Claudia Canto, mulher distinta, correta, inteligente e agradável, com seu carisma e sorriso maroto,

Suas bases cultuais nos cambaleantes e arcaicos colégios da periferia de SÀO PAULO.

Como paradoxo, a sua estrutura intelectual, se formou através dos seus mais de 200 títulos de livros, angariados com suor de 2 salários minimos, que sempre foram sempre o seu patamar financeiro.

Seu livro "MORTE ÁS VASSOURAS", pela Editora Edicon, debate as injustiças sociais.

Li e gostei e quero indicar para aqueles que são adeptos de uma boa leitura e contra a hipocrisia da elite.

A autora, escreve sua autobiografia e narra de uma forma direta.

Ou somos hipócritas ou todos egoístas, vale a pena conferir.


Diário de uma Jornalista, que se tornou Empregada Doméstica em Portugal

Quando decidiu ir a fundo com esta experiência, muitos cacos já haviam rolado...Pão, café e um pouquinho de cultura, era o seu cardápio diário no Brasil.

Ou ficava na janela, assistindo o espetáculo do real... ou ia para a Europa ganhar milhões de Euros e cultura! Optou pelo segundo naufrágio e, para seu conhecimento tardio, outros milhares de brasileiros e africanos também tiveram a mesma idéia.

Naufragando como empregada doméstica, esta jornalista trouxe na bagagem uma raridade: um diário, contendo a análise crítica de uma realidade vivida por muitos emigrantes, mas registrada por poucos.


É uma narrativa emocionante, que envolve até o mais frio leitor.

Um relato histórico e polêmico como nenhum outro...

"Morte às Vassouras"Diário de uma jornalista, que se tornou empregada doméstica em Portugal de Cláudia Canto

Prefácio: Ferréz, autor de "Capão Pecado" e "Manual Prático do Ódio"Apresentação: João Barcellos " escritor e consultor cultural, português Editora: Edicon, São Paulo,